Naquela noite, Hugo só conheceu o ajudante de cozinheiro, Haroldo, mas não bateu muito papo com ele. Érick ficou irritado por não haver ninguém ali o(s) esperando. O chefe da expedição deixou o novo membro da colônia naquela cabana mesmo e o mandou dormir. Hugo não discutiu e seguiu a ordem.
Quando acordou no dia seguinte ( na verdade, foi acordado. E não muito educadamente), Hugo viu que Borgo não estava mais na cabana. “Provavelmente deve ter ido a algum lugar e depois voltará. Ou fugiu mesmo”, Hugo pensava, ao som da voz de algum rabugento que ele não havia conhecido.
Com um pé na bunda(um pé que mais tarde no mesmo dia saberia se tratar do de Érick), Hugo foi expulso da cabana onde estava e não pode voltar para lá durante a manhã. Duas moças que passavam por ali deram risinhos para a situação em que ele se encontrava, e duas senhoras idosas mais próximas o xingaram descaradamente. Ele ficou abismado. Do lado de fora estava um homem
(Ei, bastardo! Precisamos nos adiantar pra amanhã! Então mexa a merda da sua bunda e seja útil!! Quem eu sou?! Meu nome é Kelvin! Vamos, bastardo, vamos!)
que o mandou realizar uma série de serviços. Hugo havia conhecido o cozinheiro da expedição.
A manhã inteira foi dedica a cuidar das mulas que haviam no estábulo. “São muitas para esse lugar!”, Hugo pensou. Após a pausa para o almoço (uma sopa de ervas fria), o trabalho recomeçou, agora arrumando barracas caídas, provisões e, durante a noite, uma vigília que durou desde o pôr-do-sol até o Ponto da Lua. A janta veio nesse horário.
Aquela noite foi a primeira em várias que ele pôde tomar um banho, e seria a última por um tempo. Hugo dormiu tranquilamente naquela noite, ainda que debaixo do céu noturno. Mas foi ótimo.
Finalmente, a manhã em que teria início a expedição.
Quando Hugo saiu com uma nova roupa de sua cabana após ter acordado, ele notou que haviam diversas pessoas já de pé desejando boa viagem aos membros da expedição. Inacreditavelmente, algumas pessoas também desejaram boa viagem a ele. Um sorriso brotara em seu rosto.
Todos os membros já estavam a postos, esperando para partir. Eles trajavam roupas idênticas: Camisas, calças compridas e sandálias fechadas pretas, com uma túnica de cor variável cobrindo-lhes a roupa preta. A túnica de Hugo era cinza.
–Vamos, Hogo! – gritou Érick. “Meu nome é Hugo, velho”, ele pensou, “Mas já é um passo.”
Enquanto caminhavam para iniciar a missão no oeste, em meio a aplausos e gritos de felicidade e encorajamento, Borgo retornou para Hugo.
–Você sumiu – Hugo disse para Borgo – Mas, aqui vamos nós para o deserto. E agora não estou sozinho.
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