sexta-feira, 16 de março de 2012

Terra Morta: Outras Pessoas – Parte IV


Ficaram lá dentro por mais um tempo, mas trataram de tudo a respeito de Hugo. E ele continuou lá, sem se intrometer na conversa, como se fosse um escravo sendo vendido. Por fim, Érick saiu da cabana acompanhado por Hugo e o calango, que esperavam pelas ordens dele. O homem tinha um passo largo, ainda que devagar na opinião de Hugo.

–Muito bem, garoto – Érick disse – Nós partimos em dois dias. Até lá, vou te deixar à parte de tudo – quase tudo – que temos em mente para a expedição. Vai ajudar se você ficar calado e prestar a atenção.

– E se eu tiver alguma dúvida? – Hugo perguntou.

–Apenas escute. E tira essa lagartixa da cabeça!

Hugo tratou de tirar Borgo de cima da cabeça e o colocou nas costas. O bicho simplesmente escapuliu da mão dele e voltou para seu ponto de vigília, do qual ele havia sido retirado.

–Você já é um membro da colônia, pelo que o velho Jonas disse – Érick voltou a falar – Mas você não vai ficar muito tempo aqui por causa da expedição. Sinta-se importante por eu ter concordado que você venha com o grupo; muita gente queria ir no seu lugar.

Hugo apenas prestava atenção ao que o homem dizia e o caminho que seguia. Os aldeões curiosos os observavam com algum receio. Ao que indicava, eles estavam indo para a sede da expedição ali na colônia.

–Nosso objetivo é simples: Vamos até a Torre no deserto, um lugar que, de acordo com as lendas, guarda tesouros incríveis. E mágicos. Até duas semanas atrás, nós a chamávamos de Torre Perdida, por não saber sua localização, mas, neste mesmo período, um antigo aldeão daqui reapareceu com um mapa alegando ter encontrado a torre.

“Levando em conta nosso grupo, a expedição contará com 15 pessoas e dois animais. Teremos eu no comando; Wallace, o que trouxe a informação e o mapa, como guia; três dos nossos melhores campeões para a defesa do grupo e duas arqueiras; um cozinheiro e seu ajudante; dois ajudantes de carga; um contador de histórias e dois lanceiros. Nossos animais serão duas mulas de carga que serão cuidadas pelos ditos ajudantes de carga.”

“E, claro, haverá você. Vai ficar do meu lado e ajudar a carregar, cozinhar ou batalhar quando eu assim achar necessário. Entendeu?”

–Sim, senhor – Hugo respondeu.

–Agora vamos. Você tem que conhecer o resto do grupo e fazer alguns serviços antes de partir na jornada.

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