Os orcs que estavam comendo a carcaça do jumento batiam com a descrição dada por Rubens: Capuzes cobrindo os corpos, peles verde-podre e rostos desfigurados; autênticos orcs-do-deserto, algo que Hugo só ouvira falar em lendas que a mãe contara a ele.
Ele parou e observou atônito ao que faziam. Teria que cumprir o que dissera a Rubens, de alguma forma...
Ele deixou cair os panos empoeirados que o cobriam, os cantis e desembainhou a adaga,
Que vida movimentada a minha agora
pensou um pouco mais e pegou um cantil com água, fechou-o bem e enrolou na própria mão. Ficou em posição de guarda, pronto para o ataque. Saiu correndo em direção dos orcs,
Agora que já ‘tou aqui, vamos lá!
sem pensar nas consequências do ato. Hugo chegou perto deles o bastante antes de chamar a atenção. Com o cantil na mão esquerda, acertou o orc mais próximo, tirando-o de combate por um instante. Com a adaga, acertou o que estava pouco a frente na garganta. A morte veio de imediato, fazendo o orc cair com o sangue preto ainda saindo do corte.
O outro, o outro!
Virou-se e deu de cara com o outro orc já de pé. Não havia mais elemento surpresa. Era no mano a mano agora. O orc tirou uma machadinha da bainha(algo que Hugo não notara) e partiu para o ataque.
A adaga, lance!
Hugo hesitou lançar a adaga por um momento.
Vamos, vamos! VAMOS!
Hugo chutou joelho do orc, que cambaleou para o lado. Então, lançou a adaga, acertando a mão em que criatura a criatura segurava a machadinha. O orc deixou a arma cair e guinchou de dor, mas no outro instante já encarava Hugo de novo.
E agora?
Em uma rápida olhada, Hugo notou estar próximo do cantil que acertara aquele mesmo orc. Saiu correndo, pegou o cantil pela correia, rodou-o no alto e acertou outra vez o rosto do orc. E num movimento rápido, deslizou para atrás do orc, segurou-lhe o pescoço e o torceu, matando à criatura na hora. O corpo escorreu para o chão no que pareceu uma eternidade para Hugo. Mas foram apenas cinco segundos. Ele se recuperou da batalha e foi ver o que os orcs possuíam, mais especificamente, o medalhão.
Recolheu o manto que deixara mais atrás, os cantis e algumas moedas de bronze dos orcs. Procurou mais um tempo. Então achou no pescoço do orc que ele torcera: um medalhão com uma fina corrente prateada que tinha um diamante em forma de asa na ponta. Agora era dele. E ele podia seguir para a colônia.
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