sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Terra Morta: Ladrões ao sol poente – Parte I


Junka é uma terra morta, com um deserto eterno cercando o povo ainda vivente daquele mundo. Ninguém realmente sabe como o mundo chegou aonde está, mas sabem que têm de sobreviver, a qualquer custo. Algumas criaturas se desenvolveram naquele deserto, criando monstruosidades incrivelmente terríveis. Há também algumas poucas fontes subterrâneas de água que minam na superfície, sendo fontes de água completamente potável da qual várias colônias se aproveitam, chegando até a se estabelecer ao redor de algumas dessas fontes.
Esse mundo é banhado por um único e grande rio, o Senhor das Montanhas, o qual tem em suas margens algumas das mais avançadas colônias, sociedades para ser mais exato. E bem próximo da nascente está a cidade mais avançada, que controla as outras com uma represa de arquitetura fantástica. Poucos sabem desses fatos(as civilizações a beira rio e do próprio rio).
Depois de uma semana de caminhada, Hugo estava ficando sem água. O calor havia aumentado alarmantemente durante aquele período, e isso significa maior dificuldade para encontrar água e até mesmo comida. E sua perseguição também não estava dando frutos. Seria mais fácil achar a sombra de uma cidade do que a dos orcs. Mas algo dizia, mais alto do que qualquer som que já ouvira, que a sombra da morte estava bem visível; à sua frente.
Ele pegou um cantil e esvaziou-o, matando a sede. “Sobraram mais três cantis. Depois, acabou”, Hugo pensou enquanto tampava o cantil vazio e voltou a caminhar. Era meio-dia, e sol castigava sua caminhada sempre àquele horário. No ponto onde estava, uma duna enorme forçava uma subida penosa até seu topo, mas também havia a opção de contornar-la. Seriam mais duas milhas com essa opção, portanto Hugo decidiu pela escalada.
Não foi nada fácil. Primeiro, se equilibrar na areia fofa era uma tarefa árdua; segundo, a inclinação da duna era desfavorável para qualquer subida; e por último, um vento soprava areia nos olhos de Hugo, causando um incômodo persistente. Depois de quase meia hora de caminhada( que no deserto é uma eternidade sem igual), Hugo finalmente chegou ao topo.
De início, o sol cegou-o por um segundo, depois a cegueira foi substituída por uma visão embaçada e então, a normalidade visual. Dali o deserto parecia maior, mas não menos desolador. Hugo contemplou a visão por algum tempo e, antes de começar a descida( que com certeza seria mais fácil), ele notou algo mais ao horizonte. A menos de três léguas, uma colônia se erguia. Sem pensar duas vezes, Hugo pôs-se numa descida acelerada seguida por um caminhar tão rápido quanto, que transformou-se em corrida. Havia a certeza de que chegaria até o anoitecer.
Uma alegria contagiava nosso protagonista, fazendo-o esquecer do tempo e do espaço ao redor, esquecer do deserto e dos orcs, esquecer de tudo que havia perdido. Da onde estava, ele não podia ver mais a colônia, mas estava lá, Hugo tinha certeza. Dez, vinte, trinta metros. Cem, Cento e cinquenta, trezentos metros. Quinhentos, Setecentos, mil metros. Mil e quinhentos, Dois mil, três mil e quinhentos metros. A caminhada não era nada cansativa agora.
Então, cinco metros a sua frente, Hugo encontrou os orcs.

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