sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Terra Morta: Companheiro da Noite


Faltava agora menos de um quilômetro para Hugo chegar à colônia.

A noite já havia caído fazia algum tempo, a lua começava a subir no leste e o frio desértico estava presente nos ventos. Hugo havia parado depois do encontro com os orcs para descansar por cerca de três horas, depois se alimentou e seguiu a viagem com uma pressa inconsciente. Os cantis d’água estavam vazios, tornando a ideia de que a colônia fosse uma miragem algo aterrorizante. A adaga estava limpa, ele contava com cerca de quatorze moedas de bronze e, claro, o medalhão.

Não havia nada de especial nele, a não ser, quem sabe, um preço alto a ser oferecido por ele.Não o faria, claro. Aquilo deveria ser alguma herança de família, agora pertencente a Hugo. “Ele deve ter me considerado um filho dele”, Hugo pensou, “Ou simplesmente um idiota que morreria tentando recuperar o medalhão”.

Agora, Hugo já pode enxergar as sombras das pessoas naquela colônia. Aparentava ser muito maior do que aquela na qual pertencera; sem dúvidas estavam ao redor de algum lago, com a agricultura mais desenvolvida que já vira e mais pessoas do que poderia imaginar. Seria sua chance de conhecer mais aquele mundo.

Faltavam quase 250 metros para chegar a aldeia, quando Hugo notou algo estranho não muito distante dele, ao sul. Lá, a areia subia e descia sozinha, de forma estranha, quase como implosões. O fato o fez andar em sua direção, algum instinto de descobrir o porquê daquilo. A caminhada voltou a ser corrida, que foi interrompida quando Hugo chegou aonde a areia subia e descia. Ali era um ponto onde houvera algum lago, já que o campo árido rodeia aquela região.

Para a surpresa de Hugo, na sua frente estavam dois calangos-areia, seres que comiam areia e, com o movimento da cauda, podia manipular a mesma. As lendas de sua infância estavam se tornando realidade naquele dia. Só faltava aparecer um mormonte! As areias do deserto subiam a medida que os calangos guinchavam, tentando afastar um ao outro do território. Num momento de distração, um dos calangos levou um golpe de areia e voou longe, enquanto o outro permaneceu parado.

Foi nesse momento que Hugo interferiu, sem nem ao menos saber porque, pondo-se a correr até o derrotado, pegando-o no colo e correndo para a colônia. O bicho adversário não conseguiria alcançá-los. Naquela correria de presa, Hugo, enfim, chegou à Colônia de Terra Nova.

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